quarta-feira, 28 de novembro de 2018 4 comentários

Das tempestades de novembro


Quem pôs a vassoura atrás da porta do invisível? 
(


O céu é da cor de lápides.
O temporal parece se alçar das ruas
como maré nociva, toldando
as distâncias, quilômetros
que se estendem por diferentes cartas geográficas,
correndo por trilhos
numa velocidade cada vez mais
estridente, até findar
num lamento que a longitude engole.

Ficamos como coisas minúsculas
num Atlas infindo,
abscissas se estirando à eternidade,
o espaço, de tão longo,
transformado em tempo.

Brevíssima visita,
você foi embora num mudar de clima
e a chuva é toda na primeira pessoa do pluvial.


 
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