A ciência me ensina que o ar que respiro
são partículas ínfimas do cosmos
e, que tanto aqui, como em toda parte,
é tudo da mesma feitura e arte.
Colijo o universo no meu fôlego.
Não bastasse, a cada aniversário,
sou quase completamente diverso:
composto, permutado e reescrito
em diferentes estilhaços do infinito.
Reparto o universo no meu fôlego.
Se cada coisa
passa por mim,
portanto estou
em todo quê:
imagino meus devaneios
infantis
hoje compondo o
asfalto da estrada,
meus desalentos
adolescentes
transfigurados
numa tela pintada,
e aquela intenção
andarilha
finalmente
chegando onde era esperada.