)
Para a minha amantíssima Ivany de Araújo Bonfim,
Dona Ervanildes,
vulgo “A Damascena”,
Tia maior
(
Dona Ervanildes,
vulgo “A Damascena”,
Tia maior
(
Dizer que ela é quituteira
é menosprezar o todo
de sua ciência. É claro
que ela negará essa informação,
como quem desdenha da própria receita,
contando que errou a mão.
Mas basta provar de seu gnocchi bolognese,
sua broa de fubá com erva-doce,
sua torta de amendoim
eternamente presente nos aniversários de meu irmão,
meu bacalhau com batatas
que fora marinado no leite
para perder o sal desde a véspera –
acepipes mil que se multiplicam
em cores e formas
na cozinha sempre atarefadamente alegre –
para se depreender a seriedade de haver paladar.
Ela vai dizer que são orexias de sobrinho,
a fome da saudade exagerando o sabor.
Não.
Pois mais do que a comida objetiva,
o doce e o salgado que desliza
em delícia pela língua,
é a receita da iguaria sempre
diferente que ela faz surgir
de seu desmesurado carinho
que me faz faminto por seus petiscos.
16 comentários:
FABRÍCIO,
Hoje,você, MINEIRO,me fez lembrar Guimarães Rosa...(com traços da nostalgia de Cora Coralina!)
Imagino como deve se sentir a Tia homenageada...
Meu abraço,
Andrea Marcondes
Hi,Teacher!
Tenho acompanhado seu blog,mas confesso que não entendo todos os seus poemas.Acho que porque não estou acostumada com essa linguagem rebuscada.Mas esse post de hoje,realmente me tocou,deve ser pelo carinho que você expressou com tanta simplicidade.
Parabéns!
Lorena Vitória
Andrea,
Espero que a tia tenha ficado feliz. O objetivo era mesmo esse... :)
Abraço!
Lorena,
Que legal saber de você por aqui. Fico muito honrado. E mais ainda ao saber que você tomou de seu tempo para comentar. Obrigado, de coração!
Beijos!
O que dá mais sabor é o carinho acrescentado ao preparo
Beijos Fabrício
Van,
Isso eu sempre tive a bênção de ter. Infelizmente, hoje, nem tanto pois - como minha própria bio diz, no blog - vivo 'expatriado' longe de MG. Mas hei de poder voltar à casa de minha mãe para voltar a provar de tantos quitutes. :D
Beijos!
Teacher, pelo menos você teve uma "Tia Maior" pra fazer comida pra você. E eu ? Tive tia nenhuma. Sinta-se um previlegiado forever.
P.s: Estaremos sempre por aqui e você sabe que o seu blog é muuuuuito bom. :D
Senti-me deitado no chão frio da casa de minha avó, sentindo o cheiro saboroso que ecoa de sua cozinha... Isso dá sabor a tudo... Parabéns por traduzir esse sentimento comum
Nenê,
Eu sou um privilegiado sim, não só por ter a tia que tenho, mas por ter os amigos (inclusive você!) que convivem comigo. Obrigado pela visita e pelo elogio! Valem muito para mim!
Will,
Obrigado pela visita e pelo comentário. Que bom que consegui unir universos paralelos num ponto em comum. A cozinha é, realmente, vezes sem conta, o centro da casa.
Abraço!
Fabrício,
Quanto ao texto, só elogio.
O comentário de agora se refere à homenageada. Não tive a honra de provar dos quitutes, mas garanto que é um privilégio encontrá-la, mesmo por momentos tão breves (minha culpa: sempre estou correndo ou estacionando o carro). Se todas as tias fossem assim, o mundo seria mais elegante, mais delicado e mais doce...
bj
Raquel,
Eu só posso concordar e agradecer a Deus por ter o privilégio de ela ser minha Tia!
Abraço!
Poeta,
Sem dúvidas, esse foi o poema mais apetitoso que esse blog já viu. Uma pessoa capaz de cozinhar tantas coisas deliciosas com o carinho que você descreveu merece todas as homenagens hoje e sempre.
Beijo!
Indira
Indi,
Não só cozinha, como costura, conversa e reparte toda a experiência e carinho de uma vida! Ficar ao lado dela é esquecer das horas, é querer agradá-la só porque ela te agrada o tempo todo! Poucas pessoas são sinônimo de afeto tão grande quanto ela. Tia Ivany é incomparável.
Beijo!
Gratidão e muito amor pela tia Ivani são sinônimos de um aprendizado, de uma educação de berço que poucos possuem...Saudoso primo Zé Franco e a pérola Ione Franco, parabéns pela criação. Bom dia!
Nilce,
Obrigado pela visita ao Logomaquia. Agradeço também por se lembrar de meus pais!
Abraço!
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