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Às margens do São Francisco, dez anos depois
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A surpresa, o engasgo do instante.
Eu simplesmente não estava preparado
para tanto azul, assim tão caudaloso,
nem para a majestade de tanta água.
Meus ribeirões sempre foram cheios de lodo,
estanques e sóbrios,
nauseabundos pelo esgotamento
paulatino e axiomático.
E agora, esse rio prestes nos olhos
vem me percorrer com uma força zen
tornada manifesta, um deleite
de dilatar as pupilas.
Agosto estua e tudo
imprime enredos na torrente
: conluio de fluxos que me fizeram
desaguar no desenfado destas margens.
6 comentários:
Que lindo! Curti!
Rillana,
Obrigado pela visita! Bom saber que estou sendo lido por você.
:D
Não me atrevo a fazer comentários, só posso falar que, espero que continue aqui por mais dez anos. Lindo!!!!
Beijos!!!
Simone,
Atreva-se a comentar, gosto muito. Quanto a continuar por aqui, só o tempo dirá. Mas pelo que vi, nesses últimos dez anos, a cidade é convidativa.
Beijos!
Poeta,
Os anos passaram e a agonia das águas das Minas está de fazer dó...
O Rio que era Doce acabou-se... não chega mais ao mar.
O Piracicaba já não é mais o lugar onde os peixes se juntam...
Em Ipatinga já não pousa água limpa...
O Jequitinhonha???? Acabaram-se os jequis e as inhonhas...
Nem o grande e Velho Chico escapou...
Tá uma tristeza.... O sertão, agora, é aqui...
Felizmente, ainda há salvação... Ainda há inciativas para tirá-los da UTI... Só não sei se vai dar tempo. Na dúvida, façamos a dança da chuva.
Abraço e boa semana.
Que venha o tempo das águas
Raquel,
Soube do Rio Doce. Fiquei desolado. Não sei o que advirá. A crise das águas, tema só de ficção científica, agora é possibilidade concreta. Não há dança da chuva que acalme, que faça trazer os rios de volta.
O futuro é cada vez mais aterrador.
Abraço!
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