sábado, 10 de dezembro de 2011

Nagual



Gostaria de me raptar
não sei como
dessa aflição
de dezembro, desse
céu à régua,
ilhando tristes,
dessa euforia
desgovernada, desse
estrangulamento;
o rufar de tambores
num crescendo,
que só faz
contar
regressivamente
os dias para
o próximo
calendário.


10 comentários:

Matheus Matos disse...

Tive esse sentimento o dia todo.... que bom que vc traduziu ele aqui.

Nanda disse...

Pra mim, essa época funciona como uma bateria. Nela, consigo recarregar meus sonhos, energias... Soua rena disfarçada (eis a prova http://www.youtube.com/watch?v=qHs9DpqtWbQ ) =D E parabéns, novamente!

Fabrício César Franco disse...

Matheus,

Todo dezembro é assim, esse 'rufar de tambores'. Fico dividido entre a alegria do encontro (amigos, parentes) e essa obrigação de ser feliz. Felicidade não devia ser obrigação, não é? Obrigado pela visita!

Anônimo disse...

Puxa Fabrício! Exatamente como me sinto... Gostaria de pular Dezembro... Será que dá?
Bjusss

Fabrício César Franco disse...

Suzana,

Não sou contra dezembros. Afinal, nasci num deles. Porém, o que me aflige é essa obrigação da fanfarra, a grandiloquência das comemorações, a felicidade peremptória. Por que não um sorriso de soslaio, um olhar agradecido, um silêncio ao balanço favorável de ainda estar (e bem) vivo?

Beijo e obrigado pela visita!

Nanda disse...

Apertem os cintos; o comentário que fiz ontem sumiu. Espero que tenha visto. E no twitter, não chegou a sumir; mas não sei se leu. Um abraço.

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

Não consegui achar o dito cujo. Mas o Blogger ontem me boicotou um bocado, mudando os parâmetros de configuração do Logomaquia, suas imagens e fontes. Consegui botar tudo em ordem (momentânea) só alta madrugada.

Larissa Karla disse...

É como se tivessemos a oportunidade de recomeçar o que na verdade só continua, pelo menos pra mim é assim, fico nessa ânsia de algo novo sempre e sempre, mas eu até gosto disso...
Muito bom o texto, como sempre né?!
;)

Fabrício César Franco disse...

Larissa querida,

É muito assim o que eu penso, um cíclico recomeço. Não gosto da ideia da ânsia, porque me remete à agonia, àquela sensação de surpresa que pode dar errado.

Obrigado pelo elogio. Volte mais vezes, nem só para elogiar. Gosto de saber que meus textos têm sua leitura.

Beijo!

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

Finalmente o seu comentário original apareceu. Dias após de postado. Que coisa estranha!!!

 
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