Para Polly:
sobretudo, amiga.
sobretudo, amiga.
Nunca escutei uma música plena
em seu piano. Seus dedos nunca
completaram, sem erro, uma melodia.
O máximo que escutei,
quase inteira (sempre um quase),
foi quando ainda
você morava longe
de mim, sozinha,
e eu me encantei
pelos seus talentos
tantos outros.
Você se mudou
para dentro aqui
e o piano também veio.
Mas ele nunca soou nada todo;
sempre os erros,
reputados à falta de prática.
Também nós dois,
agora, na hora da partida:
aquém de um dueto,
além de qualquer conserto.
Faltou-nos prática em conviver?
14 comentários:
Caríssimo POETA,
Visitei várias vezes o LOGOMAQUIA, nestes últimos dias. Revi"SAL" e outros poemas... E hoje -
agradável surpresa - encontro CONCERTO INACABADO!
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Li... reli... pensei:
Nem sempre é possível CONSERTAR nossos relacionamentos. Somos instrumentos que a vida construiu(cada um ) de maneira singular.É difícil realizar o CONCERTO... Chega um momento em que é doloroso, mas necessário, "deletar as partituras" que, ao serem executadas, não apresentam a esperada "consonância". DESARMONIA é INFELICIDADE. Concorda?
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(Desculpe-me o excesso de palavras. Você já me ensinou: "less is more"! sic!)
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Grande abraço,
Andrea Marcondes
Andrea,
Esperava sua perspectiva sobre o fato. Contava com ela, na verdade. E sim, "desarmonia é infelicidade". Por isso que tenho buscado, tanto e mais, ser harmônico na execução desta partitura que me foi dada: minha vida.
Abraço, com carinho!
Poeta,
"Prática em conviver" será (sempre) obra inacabada???? É adagio ou vivace??? Nunca sei ao certo... De qualquer forma que a execução seja o mais harmoniosa possível.
Em tempo: belo texto.
Bj
Raquel,
Não sei o andamento da melodia. Vezes há que me perco na leitura das notas e fico para trás, perdido em minha cacofonia...
Beijo e obrigado pela visita!
Querido amigo, a vida é uma melodia inacabada, e que assim permaneça. Quando chegarmos ao fim desta teremos de iniciar outra, talvez com os mesmos acordes, porém com nova harmonia.
Torço pra que sejam felizes, mesmo mudando a partitura no meio do concerto, e que demorem para chegar ao fim desta melodia...
Grande beijo e abraço saudoso...
P.s.: nada conheço de música, partitura, concerto, etc... espero não ter cometido nenhum erro gigante no que escrevi. Rsrs.
Anne,
O mais importante você conhece: os intérpretes. Obrigado pelas palavras amigas, de conforto. Sim, é na esperança de que haja novo acorde que eu me (ins)piro.
Beijo!
lindo e tocante.
concordo plenamente q a vida seja uma melodia inacabada...
mas vale todo concerto, apesar de, no fim, não haver mesmo conserto.
um beijo, poeta
Rafaela,
Obrigado pelas palavras doces. A harmonia tem me fugido, mas não canso de buscá-la. Afinal, o que nos vale é a melodia construída (seja a duas, quatro, diversas mãos).
Beijo, com carinho!
Esses 'quases' complicam demais a vida; mas no final das contas, vale a máxima da música: o importante é viver as emoções. Inté.
Nanda,
Você tem toda a razão. O importante é que não pare a música (da vida); o espetáculo tem que continuar. Afinal, a plateia (e os atores) ainda estão (muito) vivos.
Inté!
Sem palavras... A emoção foi tamanha que todas elas me fugiram neste momento... Mas sobrou uma: gratidão. Grata por tê-lo por perto, por tudo que me ofereceu e me oferece, por permitir e aceitar o que também eu tinha e tenho para oferecer! É muito bom poder contar contigo, mesmo que mudemos a melodia, a harmonia, o ritmo de nossa trilha sonora, de nosso concerto.
Com amor,
Polly
Polly,
A gratidão é muito minha. Por todo o aprendizado, por todas as correções de rota, pelo que foi compartilhado. Obrigado, de coração, pelo que vivemos. Beijo, com todo o meu carinho!
Nem sei o que dizer sobre este belo texto Fabrício... Vi-me total e completamente inserida nesta partitura tão bem escrita...
Bjuss
Su,
Agradeço muito sua gentil visita e seus comentários. A 'porta' do Logomaquia está sempre aberta para você. Seja muito bem-vinda!
Abraço!
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