A exaustão toma conta.
Minhas articulações doem em revide,
fracas demais para qualquer coisa.
Sem indultos, sem alívio,
anseio pelo sono,
antecipo o torpor que virá.
Ouço o travesseiro invocar meu nome –
do outro lado do cômodo, ele sussurra,
tonitruante em meus ouvidos.
Olhos se fecham contrafeitos,
já não vejo a tela através
das lágrimas de bocejo.
Estou perdendo velozmente esse duelo.
Não posso dormir!
(Como se a escolha fosse minha).
Minuto a minuto,
a contenda prossegue
até findar meu turno
: desabo na cama a tempo
de descobrir que estou
completamente desperto.
Na peleja com a fadiga,
a insônia acabou por vencer.
Escrito por
Fabrício César Franco
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8 comentários:
Caríssimo POETA,
Já lhe disse: seus poemas retratam aquilo que está bem vivo e presente na vida de todos nós.
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Acho que a "substância" que provoca em mim a NARCOLEPSIA se chama AGENDA EXAUSTIVA. Olhos fechados, deito-me. De repente me lembro de algo que não fiz e seria necessário realizar.
"Mentalmente, escrevo". Mas prefiro me levantar e anotar o que deverei fazer e que "não me permitiu dormir".
Você, com REQUINTE POÉTICO"descreveu o que me acontece.
Grande abraço,
Andrea Marcondes
Andrea,
A insônia é um problema que pouco me atinge, ainda bem. Mas quando o faz, é por esse mesmo motivo: compromissos que terei que cumprir. Seria tão bom se conseguíssemos dar conta do que precisamos nas horas que temos para fazê-lo, não?
Obrigado, sempre e mais, pela visita! Abraço, com "sodade".
Poeta,
Vamos lá... aos comentários.
Primeiramente, insônia não costuma me fazer companhia... kkkk... Morfeu sempre ganha a contenda. Mas, vez ou outra, a exaustão é tamanha que ela aparece... Aí, vem a pior parte: acordada e desperta no escuro, o tempo passando e alvorecer chegando. Mais torturante que ficar acordada é levantar da cama e enfrentar o dia sem ter dormido... Affff....
Quanto ao poema em si... Sua habilidade ainda me surpreende. Converter dilema desagradável em preciosidade é pura arte... Gostei deveras.
Abraço
Até a próxima insônia artística
Raquel,
Tento fazer das minhas elucubrações do cotidiano algo que se assemelhe a um poema. Afinal, a vida, se bem observada, é poética (vezes, por demais).
Obrigado pela visita e comentário. Fazem-me falta, quando não os há.
Abraço, com carinho!
Parece que li um resumo de meu estado nos últimos meses... Rsrsrs
Jaine,
Estamos todos muito cansados!
Abraço e obrigado pelo comentário!
É uma batalha a cada noite, poeta. E entendo a lassidão...
Seu belos versos traduzem, como sempre, com maestria.
Bjo
Poetisa,
Que bom que comentou por aqui! Já sentia saudades de sua leitura!
Beijos!
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