Eis-me em estado de burocracia.
Os olhos autopsiam
os programas marcados na agenda.
Movo meu cansaço pela cama,
abro trincheiras nos lençóis.
Busco o meu tempo perdido,
a minha arqueologia,
no relógio sobre o criado-mudo
– que rege, quieto, horas que não existem,
mas que confabulam e devagar
avançam no vazio.
O silêncio quer ser a absoluta engenharia.
Assim,
vou me subtraindo sem pressa,
até deixar-me
existindo somente por entre os cílios.
Escrito por
Fabrício César Franco
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