segunda-feira, 11 de julho de 2022

Matinal

As cores rápidas
de uma criança brincando
na praça onde
estátuas, em seu bronzeado
de granito circunspecto
e olhar de mormaço,
fitam céus incertos,
de horizontes esticados.

Uma fatia de luz
intromete-se pela sala de estar
e desgasta as cadeiras,
enquanto o sol de ontem,
friccionado no lençol,
agora cobre a cama.

A manhã é canibal bulímica
e devora as horas lentas,
vomitando tempo perdido.

0 comentários:

 
;