Água trazida como relíquia num cálice.
Bebi metade num gole contínuo
– não por avidez,
mas porque o dia estava quente.
Aqui,
todos os dias são quentes,
aliás. Então,
esbaforido, o telefone tocou
– quem, não me lembro.
Sustei o trago.
Coloquei o copo
para obscurecer-se no balcão
enquanto eu me comovia
com alguma incumbência
proposta pela minha impressionabilidade.
Estive fora o dia todo.
Quando voltei, lá estava –
esquecido, escorregadio,
num anel escuro de descuido
– evidência muda da minha sede remota,
agora à temperatura ambiente,
metade de puro nada.
Não foi tarefa pouca,
nesse momento,
alcançá-lo e sorver tudo.
– não por avidez,
mas porque o dia estava quente.
Aqui,
todos os dias são quentes,
aliás. Então,
esbaforido, o telefone tocou
– quem, não me lembro.
Sustei o trago.
Coloquei o copo
para obscurecer-se no balcão
enquanto eu me comovia
com alguma incumbência
proposta pela minha impressionabilidade.
Estive fora o dia todo.
Quando voltei, lá estava –
esquecido, escorregadio,
num anel escuro de descuido
– evidência muda da minha sede remota,
agora à temperatura ambiente,
metade de puro nada.
Não foi tarefa pouca,
nesse momento,
alcançá-lo e sorver tudo.
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