sobre a melancolia do mar;
sou o abutre nas rochas,
rendido aos evangelhos do equilíbrio;
sou um golfinho e mergulho
nas profundezas da minha alma;
sou um desenho numa árvore,
sem compromissos além
da minha própria forma;
sou uma gota de óleo na água,
condenada a permanecer inabsorvida;
sou o esplendor do silêncio,
que é mais do que a palavra;
sou a imitação da rosa,
pendida na angústia da felicidade
de um buquê de noiva;
sou a cimitarra do quarto crescente,
ceifando este fiapo de noite;
sou tudo o que eu nunca lhe disse
dentro dessas margens.
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