sábado, 1 de agosto de 2015

Da ordem do imprevisível


Trilha sonora ao fundo: 
                                      
                                      a cadência dissilábica do coração, 

um abuso de entrelinhas. 
                                      
                                      O monjolo dentro do peito, 

minha taquicardia, 
                                      
                                      não quer dizer nada? 

Aqui, 
                                      
                                      dentro do lado de fora, 

entregue à asfixia, 
                                      
                                      a relação é outro idioma.

14 comentários:

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Vocês, PENSADORES, escrevem com a profundidade que leitores, como eu, demoram na "tradução". Neste poema, percebi que você expressa o que as "circunstâncias da vida" provocam em nós. Seria assim?
..............................................................................
E, conforme a referência feita por você a este poema: seu "idioma cardíaco" me lembra Drummond,que ao "falar' sobre as inquietações que os sentimentos nos causam escreveu: " o fatal meu lado esquerdo..." (sic!)
Meu grande abraço, com admiração.
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea,

Seria. Acho que, mesmo no embate constante contra o hermetismo, ainda incorro nele. Repensar o que escrevo, repensar o que escrevo: meu mantra constante.

Abraço!

Nanda disse...

Fabrício, semana passada, postei uma tirinha com uma vidente dizendo 'Espere o inesperado', enquanto o cliente dizia: 'É só isso que tem a dizer'? O inesperado é a 'desordem' do dia.

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

... Então, o inesperado, a surpresa é o que devemos supor que acontecerá, constantemente? Que aprendamos a ser resilientes, portanto...

Obrigado pela visita!!

Raquel Sales disse...

Poeta,

O imprevisível traz consigo o melhor e o pior da vida. O segredo é saber aproveitar o melhor de ambos e sempre acreditar que o próximo imprevisto será luminoso. Afinal, a esperança é a última que morre e ilumina o fim do túnel.

Bjs
Aguardo a próxima oportunidade imprevista de ser salva por sua poesia.

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Estar preparado para o ataque é tarefa de guepardos, mas precisamos cultivar - olha ela novamente mencionada - resiliência.

A oportunidade da poesia surgirá, tenha certeza.

Obrigado pela visita!!

Anônimo disse...


Poeta,

Como sempre, suas palavras são muito sábias. De fato, relação é outro idioma, no qual nem todo mundo tem a mesma fluência. Sorte a nossa (minha e de seus demais leitores) que você, com sua sensibilidade está sempre atento às relações e consegue traduzí-las tão bem nos seus poemas.

Da que sempre te admira,

Indi

Fabrício César Franco disse...

Indi,

Fluência nas relações é só para quem ousa, tenta, repete. Mesmo a palavra já velha conhecida toma outro significado com pessoas diferentes, dias diferentes, intenções dissimilares. E num relacionamento a dois, construir o vocabulário exato é tarefa cotidiana, de vários tentames (entre muitos erros).

Obrigado pela visita. De coração.

Beijo, com muito carinho.

Valença disse...

Belo em forma,
Sensível em emoção,
Perfeito em verso,
Exato em prosa
E retumbante em trilha sonora...
E o melhor de tudo: em idioma universal!

Fabrício César Franco disse...

Eliana,

Muito obrigado pela visita. Gosto de sua leitura de meus escritos.

Que bom que consegui tocar-lhe, o propósito de todo poema.

Volte sempre!

Rafaela Figueiredo disse...

Os sentidos... Nosso (f)ato tatibitate.

Lindíssimo!

Bjo

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Obrigado pela visita e pela gentileza do comentário!

Beijo!!!

Sonia disse...

Concordo.

Fabrício César Franco disse...

Sonia,

Muito obrigado pela visita ao Logomaquia. Volte sempre!

Abraço!

 
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