Um ídolo que requer segredo, o olho
não tem matiz discernível e confere
ao espectro o que lhe falta
: as cores se refratam
e colidem
e formulam o visível.
O olho é um zero
difratando o tempo
e a água.
É pelo que revela:
uma condição de vantagem,
um contrato
com o que se percebe.
O olho é nada
que já se viu.
Escrito por
Fabrício César Franco
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12 comentários:
Os olhos devem mesmo ser a janela da alma ou, como brincam alguns, a vitrine do coração.:)
Nanda,
Os olhos são, além de tudo, uma forma de arte.
Obrigado pela visita!
Caríssimo POETA,´
É próprio de PENSADORES, como você, "falarem" da importância dos Olhos.Ao ler seu poema, vieram-me à memória duas "referências":"The eyes are useless when the mind is blind"( Não preciso traduzir para o teacher!/ e desconheço o autor...)A outra citação é de Willian Shakespeare:"Há mais perigo em teus olhos do que em vinte espadas".
Sempre OLHEI você com carinho e admiração!!!
Abraço,
Andrea Marcondes
Andrea, caríssima:
Gostei das citações, como de sempre. E agradeço o olhar de carinho e admiração. Saiba, é recíproco!
Abraço, "com sodade".
Tem um olho que não está
Meus olhares evita
E outro olho a me arregalar
Sua pepita...
É, Sônia,
Chico escreveu muito melhor do que eu a respeito.
Sina essa de vir depois dos grandes mestres e só poder seguir, à distância, seus rastros...
Obrigado pela visita! Seja sempre bem-vinda!
Merecida tua exaltação, Fabrício!
É o primeiro contato com o mundo real, a primeira bandeira entre dois seres: o olhar.
E por coincidência é também o último contato com a vida na terra, o último laço a ser desatado, o último fio de vida: o olhar derradeiro.
Abraço!
Poeta,
olho é percepção subjetiva... Principalmente, pra quem, como eu, olha através das lentes da miopia.
Lembrei do Pessoa...
“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto"
Que a vida nos permita ótimos olhares.
bj
Raquel,
Obrigado pelo enorme toque de sofisticação nos meus comentários. Pessoa! Muito obrigado!
Sim, que a vida nos permita melhores olhares!
Abraço, com carinho!
Sobre os olhos do autor: olhos de cigano oblíquo e dissimulado!
Ps. Gostei de sua escrita no perfil.
;)
JB,
O poema do perfil foi um dos meus primeiros a serem considerados "bons". Publiquei-o numa competição da UFMG, há quase 20 anos e tive a honra de ser premiado com o segundo lugar. É, também, um definidor de quem eu sou (até hoje; não mudei muito, internamente).
Obrigado pela visita e comentário!
Beijo!
Eliana,
Gostei deveras da sua observação: o olhar como primeiro e último momento nosso aqui, nesta realidade. Preciso, arguto. O olhos vê coisas de diferentes perspectivas, criando novas imagens. Obrigado pelo seu olhar.
Meu abraço!
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