1.
Seja meu termo,
dado boca a boca,
como um beijo à força,
que os lábios secos
racham-se por mais.
2.
Seja meu anátema
nessa pugna de contrários,
delinquindo meus dogmas,
totens tão bem erigidos
à vacuidade das ideias postas.
3.
Seja minha dor,
bálsamo ao reverso,
a que o corpo lembra como um bordão
a cada novo mo(vi)mento,
em irremissível memória.
4.
Seja a centelha matemática,
no espaço vário
desse parangolé mazombo
que chamo de vida.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Caríssimo POETA,
Pessoas como você vivem de olhos e mente atentos! E, inteligentemente, traduzem a vida... (Mesmo diante da reflexão a que me leva seu poema, mesmo experimentando esse"parangolé mazombo", prefiro VIVER!)
............................................................................
VIVA, POETA! e aproveite seus dons. Eles são presentes para nós que o admiramos tanto.
Grande abraço,
Andrea Marcondes
Caríssima Andrea,
Escrever é uma forma de protesto contra os desmandos desta vida. A poesia é uma força de reação à todo desmazelo.
Abraço, com "sodade".
Postar um comentário