quinta-feira, 7 de março de 2013

Mandrágora


Quedo e quedo
                           no dédalo
                           do sono.

A descosedura
                           do dia.

Meu cansaço
                           que me traga
                           até a manhã.


14 comentários:

Raquel Sales disse...

Fabrício,

Atribulações de toda sorte devoraram minha semana. Nem o sono quer minha companhia. Felizmente, restou fôlego para sorver esta dose homeopática de poesia. Recobrei a saúde da alma.
Obrigada, poeta.

Bj

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Quem agradece a leitura, generosa como de sempre, sou eu. Seja sempre muito bem-vinda por aqui!

Beijo!

Will Carvalho disse...

O apelo às mandrágoras sempre vêm bater a porta. Quem dirá que não é uma boa saída?
Desde que os que nos querem bem saibam do que se trata...

"Só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido."

Fabrício César Franco disse...

Will,

Gostei da citação. E sim, que as mandrágoras nos transportem para as saídas - ainda que curtas, porém cotidianas - do sono.

Grande abraço!

Will Carvalho disse...

Exato!
Como falar em mandrágoras sem lembrar de Shakespeare, não é?!

abraço!

Fabrício César Franco disse...

Will,

Você me lembrou esse trecho, do bardo:

“Give me to drink mandragora…
That I might sleep out this great gap of time
My Antony is away.”

(Shakespeare's Antony and Cleopatra)

E olha só, quem diria que o Logomaquia não se tornasse, por instantes, alta literatura?

Obrigado, Will!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Ai, que inveja, meu caro... poder me perder nesse labirinto até a manhã.
:(
Contento-me em passear por aqui.

Beijo

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

... Sempre somos tirados à valsear pelos salões de Morfeu, mesmo quando mais resistimos. O bom é quando nos deixamos levar e nos fartamos de sono (o que me acontece somente uma vez por semana, infelizmente).

Beijo!

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Encantaram-me a construção do texto e os termos metafóricos!
.....................................
Sei que "sua" MANDRÁGORA se "compõe"
da dedicação e da sobrecarga de trabalho...
Ainda bem que lhe sobram momentos para "lutar com palavras"(sic!)
Grande abraço,
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea,

Os momentos para essa luta com (contra?) as palavras têm ficado cada vez mais escassos: a vida urge. Mas sempre que posso (ou elas me [con]vencem), elas me tomam pela mão e dançam comigo, sobre a superfície da tela.

Abraço, com muito carinho!

Nanda disse...

Hoje, além de cansada estou um tanto triste. Tem o show de Elton John e não vou... Agora, ao menos, vou ver essa mescla de sentidos com um olhar mais poético! Ahhh, tem uma novidade no IP; quando puder, comente alguma coisa. Minha versão 'avatar' aguarda! Boa semana!

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

Que a tristeza seja, como sempre, passageira e proclamadora de boas novas para breve. Já visitei o IP e deixei minhas pegadas por lá!

Abraços!

Anônimo disse...

Se no fim do dia (ou dos dias) quedamos num cansaço, que dizer quando acordarmos no dia depois do outro?

Bjuss

Fabrício César Franco disse...

Suzana,

... É esse nosso ciclo, entre a terra de Morfeu e essa, de tantos signos e símbolos. O cansaço é nosso meio de transporte ao outro reino, e quando estamos pleno de energia, voltamos à superfície das coisas, aqui...

Beijo!

 
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