quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Sal

                                                                                                O amor é um poço à nordeste,
                                                                                                e a sede é sem mapa.

Você abre a porta, e há
uma pausa desajeitada:
entre as batidas do coração
e a cadência do relógio,
a convergência de ímpetos e trajetos
nesse quarto, nesse dia, nessa vida.

No alvoroço quiescente
que antecede o som da sua voz,
seus olhos em mim,
um sorriso em todo corpo.

Naquele momento entre as palavras,
enquanto a antecipação flameja pelas veias,
é a soma disso tudo
que seca minha garganta.

 

12 comentários:

Ana Gomes disse...

Corpos que sorriem na iminência um do outro. Algo encantador. Sempre linda tua escrita, Querido. Desejo-te sempre deliciosas inspirações. Carinho.

Fabrício César Franco disse...

Ana,

O melhor é receber sua visita por aqui, seu comentário generoso para com o que eu escrevo. Muito grato!

Beijo, com carinho!

Nanda disse...

Ando sumida, por conta de alguns probleminhas e problemões; mas é sempre bom voltar e te ler.

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

Espero que tudo se resolva, em breve. Obrigado, sempre, pela visita!

Abraço!!

Anônimo disse...

POETA,
Vida: encontros e desencontros...
"SÓ NO ENCONTRO HÁ VIDA!"Você sabe!
..................................

Maravilhosa a ilustração do poema!
Grande abraço,
Andrea Marcondes

Anônimo disse...

O sal da vida.... Sempre este limiar entre o que é e o que não é, entre o tartamudear e o emudecer...
Adorei a poesia.
Bjusss

Fabrício César Franco disse...

Andrea,

Vezes sem conta eu busco a melhor ilustração para o que eu escrevo. Não tenho o dom de ilustrar; busco o talento algures. Que bom que desta feita consegui o ponto exato.

Abraço, com carinho!

Fabrício César Franco disse...

Su,

Obrigado pelas palavras elogiosas. Fico contente quando consigo tocar meus leitores.

Beijo!

Rafaela Figueiredo disse...

senti que som [no lugar de sal] permeou seus versos e fizeram eco aqui dentro...

achei lindo!
sem mais.

beijo, Poeta

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Que bom ter você por aqui. E que haja eco + eco + eco, até tudo se tornar um coro: versejemos, sempre e mais. A poética ainda corroerá a face corrugada e feia da vida que nos querem dar.

Beijo!

Raquel Sales disse...

Gostei... secar a garganta, neste contexto, é pra lá de bom.

Bj

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Obrigado pela visita (e comentário!). A secura na garganta poucas vezes é algo que se espera; só mesmo, talvez, nessa situação.

Beijo!

 
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