do Diário do Confinamento
(
Dizem que o tempo é o solo no qual podemos florescer.
Contudo,
ele mal passa, vagarosamente:
a demora fronteiriça ao vazio.
Nossa floração, assim,
mais e mais distante.
Dizem também que é preciso
dar chance à espera.
Espera,
palavra mais descabida:
se é nome,
mastiga com dentes de agulha
a incerteza do que será;
se é ordem,
é saber de coisas que serão.
4 comentários:
Poeta, obrigada por dividir conosco suas reflexões sobre esse período tão delicado.
Beijo
Com carinho, Indi
Indi, querida, que bom que veio...
Eu que agradeço sua visita. A delicadeza do momento se faz menos severa (ou mais compartilhada) quando tenho sua leitura sobre meu texto.
Beijo, com meu carinho.
Ambas as possibilidades dentro do verbo. De toda forma, a espera seria uma ação (?)...
(Adoro teus aguçamentos)
Poetisa,
... Espera talvez tome mais o aspecto de uma quase-ação, um daqui-a-pouco, uma suspensão do agir no seu limite de explosão.
Grato pela sua leitura!
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