)
do Diário do Confinamento
(
O vizinho sabe
nada além
do que se sucede em conflito.
Disposto e armado
da retórica mais vil,
quer catequizar todos no grito.
Estratégia de marketing ou gafe,
repete chavões reacionários,
antes vomitados por seu mito.
Chauvinista e fanfarrão,
cospe imposturas preconceituosas
quase tendo um faniquito.
O vizinho vocifera disparates
como se, para respirar,
isso fosse requisito.
Abrutalhado em sua mediocridade,
renega tudo o que não entende:
ciência, para ele, é delito.
Apóstolo do obscurantismo,
brada que sua opinião vale tanto
quanto todo livro escrito.
Cúmplice de impiedades,
vilipendia sua companheira,
(esse seu esporte favorito).
O vizinho, talvez, também,
seja alguém que more aí perto,
em seu distrito.
Afinal,
quem hoje não conhece
alguém assim descrito?
0 comentários:
Postar um comentário