)
do Diário do Confinamento
(
Admiro a amnésia dos copos.
Lavados, enxugados, reusados.
Deslembram de sua água,
seu suco,
seu café.
Recebem e devolvem
quase tudo
que lhes foi dado,
sem rancor e sem remorso.
Guardam para si
só o ínfimo do sucedido,
que desaparece
antes
do próximo gole.
4 comentários:
Poeta,
Fiquei até com inveja dos corpinhos. Que poema genial! Esse é meu favorito do diário (até o momento).
Da sua admiradora (nada secreta),
Indi
Oi, Indi ❤️
O confinamento faz a observação se aguçar. Não há como fugir disto nesse espaço exíguo.
Muito obrigado pela visita e pelo carinho do comentário.
Beijo!
E esse me lembrou uma música do Nando Reis: Eles sabem. 💜
Poetisa,
Acho que ele e eu temos essa queda por observar os detalhes. O confinamento ajuda.
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