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do Diário do Confinamento
(
apenas outro silêncio.
Um silêncio do depois, uma vez
que as cadeiras foram viradas sobre as mesas
e as luzes, todas, foram apagadas.
É tarde e nem o vizinho insone
caminha sobre minha cabeça.
Pela cortina, de pé, só testemunho
o acenar dos galhos das árvores.
Nossas esperanças, nosso porvir,
nossas ansiedades e pavores,
nossas noites sem dormir,
vão se desvendar
— um dia! —
como realmente são:
vento que desbasta
galhos ao relento.
2 comentários:
Em algum verso, eu lembrei dum filme: O vazio do domingo. E isso me pegou aqui, justo nessa noite dominical, mto embora o domingo não seja a grande questão (do filme ou deste momento, talvez só no abstrato q o representa). Mas o porvir, as ansiedades... não se me abstêm.
É, basta pararmos um pouquinho que nos apercebemos que as ansiedades estão nos cozinhando em fogo lento.
Não é um bom porvir.
Grato pela leitura e pelo comentário!
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