domingo, 9 de outubro de 2016 8 comentários

Sétimo céu


Salivo simplesmente: 
minha boca se contrai
num rictus de lâmina.
A fúria que asilo no peito
perverte, radical e fronteiriça,
minhas disciplinas atávicas.
É o rancor que dá seu voo de fênix.


Contudo, pensar em você cava
fundo em mim. Da memória
em estilhaços, resgato seu rosto,
que se emoldura em close
dentro dos meus olhos.
Na avareza dos desesperados,
tento reter nos poros
seu corpo sem coplas,
lindo e vazio como um ídolo.


Que você me perdoe, amor,
mas meu coração ainda é
e eu quero a paixão
com a estrutura de uma coisa eterna.


 
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