Percebo as pequenas coisas:
o zumbido de uma geladeira,
o atrito do tecido
de uma camisa antiga
contra a pele, o som
dos saltos de madeira
sobre o cimento arenoso,
o sentido
de uma conta telefônica
vencida.
Quando se
pára para
pensar, a maior
parte da vida
é senão
um acúmulo
de pequenas coisas,
como geladeiras
que zumbem ou telefones
cancelados.
De certa forma,
sou como
um velho amanuense,
espanando
as superfícies
da minha vida.
Perscrutando
o ordinário, em busca
de uma conexão
subjacente.