sábado, 9 de dezembro de 2017 11 comentários

Procura-se



Procura-se um amigo. Não precisa ser tremendamente especial, basta ser humano. Precisa saber falar e calar – sobretudo, ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, do sol, da lua, do canto dos ventos. Deve ter ressonâncias e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja puro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo, e no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Deve gostar de ruas desertas, de poças d’água, de beira de estrada.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos e dos diferentes, e que saiba conversar sobre qualquer coisa. Um amigo para não enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, anseios e realizações, sonhos e realidade. Um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque nos chama de amigo e se comove quando chamado assim. Alguém que nos dê a consciência de que ainda estamos vivos.

Será que essa pessoa é você?

 
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