seja lá o que for
o que tem que ser:
nunca é indolor.
No fim das contas,
a gente já sabe:
Um sujeito em meio a uma algaravia de signos e sentidos. (15 anos!)
Buscamo-nos colmatar a lacuna
inventada pela diferença,
cor da pele e procedência desiguais,
com uma fala que convença.
Alçamo-nos palavras preferidas,
montando uma acepção mais extensa
ao mover vocábulos em construção delicada,
esse fazer sentido, que nos pertença.
As cores rápidas
de uma criança brincando
na praça onde
estátuas, em seu bronzeado
de granito circunspecto
e olhar de mormaço,
fitam céus incertos,
de horizontes esticados.
Uma fatia de luz
intromete-se pela sala de estar
e desgasta as cadeiras,
enquanto o sol de ontem,
friccionado no lençol,
agora cobre a cama.
A manhã é canibal bulímica
e devora as horas lentas,
vomitando tempo perdido.
Poeta?
É a musa
que o pariu!