quinta-feira, 30 de julho de 2020 4 comentários

Respiração


A ciência me ensina que o ar que respiro
são partículas ínfimas do cosmos
e, que tanto aqui, como em toda parte,
é tudo da mesma feitura e arte.
 

Colijo o universo no meu fôlego.

Não bastasse, a cada aniversário,
sou quase completamente diverso:
composto, permutado e reescrito
em diferentes estilhaços do infinito.

Reparto o universo no meu fôlego.

       Se cada coisa passa por mim,
       portanto estou em todo quê:

       imagino meus devaneios infantis
       hoje compondo o asfalto da estrada,

       meus desalentos adolescentes
       transfigurados numa tela pintada,

       e aquela intenção andarilha
       finalmente chegando onde era esperada.


domingo, 19 de julho de 2020 0 comentários

À face da letra


Apenas metade
do que escrevo é
o que quero dizer.

(A outra é
impedir as pessoas
de ler o que esperam 
que eu queira dizer).

 
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