quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ocorrência


A tristeza crônica de um fim de tarde.
Nuvens criando rugas no céu lilás,
o ar frouxamente obstruído por teias.
Atravesso a hora final do crepúsculo
com a tácita consciência da grave presença do mundo,
com a compacta serenidade de uma árvore. 

Satisfeito comigo, como um hibisco.

12 comentários:

Suzana Martins disse...

Em dia de crepúsculos assim, completamente lilás, sinto saudades de todas as cores. Não sei explicar, são nostalgias de todos os tipos. Coisas de um céu que traz outonos para dentro de mim.

Lindo!!!

Abraços querido poet'amigo!!!!!

Fabrício César Franco disse...

Suzana,

Também compartilho dessa sua saudade de cores. E atribuo, sem querer, a cada uma delas um sentimento distinto, mas com matizes fortes de melancolia. Acho que é o frio se aproximando, essa época do ano, quem sabe?

Obrigado pela visita!

Abraços!

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Imagino você, às margens do São Francisco... "com a compacta serenidade de uma árvore", coberto "pour le coucher du soleil"(sic!)...
....................................
Floresça, sempre,em IDÉIAS, "hibisco"/POETA! - para o deleite nosso,seus leitores!
Grande abraço,
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea, querida,

... As ideias florescem no seu próprio tempo. Não sei como forçá-las a isso, já até desisti. Quando assomam, me tomam pelo braço e se fazem palavras. Assim escrevo.

Abraço, com carinho de sempre!

Raquel Sales disse...

Poeta,
Fim de tarde me fascina. Como pode uma coisa rotineira ser sempre tão única? Nunca a mesma luz, nunca o mesmo vento, nunca o mesmo som. Hoje, particularmente, tinha lua no céu. Imponente.
Melancolia? Por vezes sim... Mas para o olhar fotográfico, sobressaem as cores, sempre.

BJ.

PS. A lua está logo ali, iluminando a Ibituruna.

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

O fim de tarde é meu horário favorito do dia. Produzo mais, estou mais desperto, sei mais de mim.

... Pelo final de seu comentário, devo crer que você está em Valadares, certo?

Abraço!

Raquel Sales disse...

Sim, poeta.
Em GV. A Ibituruna é como as tardes... Sempre única... A cada luz, uma nova Pedra Negra. Muito mais que um bloco metamórfico.

Bom dia. BJ

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Nasci aos pés de uma montanha assim também, a Pedra Itaúna, em Caratinga. Talvez não tão elevada, mas igualmente importante e sobranceira. Espero que sua visita (?) esteja divertida - não é nas lonjuras a que você está acostumada que, necessariamente, a diversão está, não é mesmo?

Bom dia! :)

Anônimo disse...

Sabe, conheço muitas pessoas que acham o crepúsculo a hora mais triste do dia... Eu o amo. Amo as cores arroxeadas, os cheiros cansados e os ares de quase noite.
E fico feliz com os meus devaneios crepusculares. Será que sou meio vampira? (risos)
Bjusss

Fabrício César Franco disse...

Oi, Su!

Eu também gosto do horário, é quando estou mais "vivo" durante o dia. Acho que muitos se sentem tristes porque, talvez, acreditem que o dia está findo, nada mais há que se fazer. Quão enganados estão, não é mesmo?

Beijo e obrigado pela visita!

Nanda disse...

Às vezes o dia é tão corrido que nem paro pra reparar em momentos assim. Obrigada por lembrar! E Feliz dia do Amigo!!! :)

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

Quem agradece - constantemente! - sou eu, pela amizade que tenho. Obrigado por sempre estar por aqui.

Abraço!!!

 
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