quarta-feira, 20 de março de 2019

Meio assim


Vez em quando nos hospedamos uns nos outros,
serendipidade transitória prometida em olhos                                                                                           [ alheios,
a urgência da busca numa terça-feira de março,
ano que só começa agora, mas com dias já tão feios,
agenda cheia – senhor! – tantos compromissos,
e notícias que só dizem de ziquiziras e tiroteios.

O que significa? O que permanece?
O acaso fugaz de olhares trocad
os, a crosta do afeto,
a palavra onde levantamos abrigo
e essa recusa atrevida de não ser só
objeto.


2 comentários:

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Sua palavra sempre traduz as realidades do existir neste mundo.
Nos dias atuais, viver requer atenção, discernimento, tolerância e, sobretudo, PRECES.
Permita-me citar Guimarães Rosa ( texto que você conhece muito!):
"Viver é muito perigoso. Porque aprender a viver é que é o viver mesmo...Travessia perigosa, mas é a vida."
Grande abraço,
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea, caríssima:

Seguindo a linha de pensamento do Rosa, vamos que vamos nessa travessia. E citando Graciliano Ramos: "é conforme".

Abraço do tamanho da saudade.

 
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