quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O rumo dos remos



22 comentários:

Patricia disse...

E quando você rema muito, com sua vontade inteira, e, quase chegando no porto, uma onda chamada 'intempérie', te joga de novo no meio do mar, repelindo todo seu querer? De onde tirar força pra continuar?

Fabrício César Franco disse...

Patrícia,

E se seu rumo for mesmo o mar? Se seu dever - como marinheira dessa vida - for singrar as ondas, vezes sem conta, talvez só mesmo para provar-nos, a todos, que você consegue? Já dizia Guimarães Rosa que 'o real não está na partida ou na chegada, mas se dispõe para nós durante a travessia'. Você pode bem ser uma daquelas que precisa viver o real, sonhando com o imaginário da chegada, em algum ponto da sua história. Você terá suas margens perto e ao alcance, bem sei. Tudo a seu tempo...

Obrigado por tornar ao Logomaquia!

Patricia disse...

Belas palavras, obrigada! Numa escala de 1 a 10, alcancei o nível 'lágrimas abundantes'. O prazer de estar por aqui é todo meu. :)

Anônimo disse...

pois é... não é simples e nem sem dor a travessia, mas é necessária e inevitável. Quem estaciona na margem fica de fato à margem da vida.

adorei =)


Leilane.

Fabrício César Franco disse...

Leilane,

Era essa a ideia que você me ajudou a ter, em nossas conversas. Que bom que você ousou remar contra a maré da mesmice e hoje já consegue vislumbrar outras praias. ;)

Anônimo disse...

"Navegar é preciso!" VIVER É PRECISO!Buscar novas experiências...Testar-se.
...................................
"Viver é uma constante terapia em grupo".
(Escrever não é diferente).
Meu abraço,
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea,

A primeira citação lembrou-me aquele fado de Amália Rodrigues. A segunda, não sei de quem é. Contudo, isso sei, que é preciso viver para escrever preciso. Ou seria o contrário?

Abraço, com carinho!

Sandra disse...

Gostei, Fabrício!
Você tem toda razão!
Mas quem já ousou, mais de uma vez, essa travessia e, apesar de remar bravamente, viu seu barco afundar, tendo que voltar a nado e sozinha, fica temerosa de largar a zona de conforto que a margem proporciona para se aventurar outra vez...
E esse temor, não significa medo ou covardia, mas cautela...
Às vezes, é preferível jogar “garrafas ao mar”...

Fabrício César Franco disse...

Sandra,

Nossa missão é de singrar os mares. Não fomos feitos para ficarmos à margem. Queremos o centro, a essência, e isso só se encontra em meio às ondas. Entendo a cautela. Mas ela deve ser temporária, não uma profissão de fé. Busque um barco mais seguro, onde você decida para onde o timão vira e o risco de afundamento é menor.

Abraço e obrigado pelo comentário. Que mais venham!

Anônimo disse...

Desculpe-me a volta! É que gostei de sua afirmação ( e seu questionamento)"...é preciso viver para escrever preciso.Ou seria o contrário?"
...................................Fernando Pessoa imortalizou esta frase em um poema: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Ele o fez, não no sentido em que ela foi usada pelo General Pompeu, quando comandava navegadores romanos, no ano 70 a.C., em que "preciso" tem o significado de "exato"."A navegação é uma ciência exata,em comparação com a Vida que sabemos onde começa e jamais onde termina".Preferi usar o significado: NECESSÁRIO. Porque, sem dúvida, precisamos NAVEGAR, COM CORAGEM,PELOS MARES DA VIDA!
.................................
A segunda frase é de Martha Medeiros.
.................................
Meu abraço carinhoso; e, mais uma vez, perdoe-me a volta e a prolixidade!
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Oxe (esse expletivo esplêndido daqui do Vale do São Francisco)!

Volte mais e mais, quantas vezes quiser, Andrea. Gostei da ponderação, mas eu segui no sentido do misto do necessário e exato. Escrever é necessário, mas padeço do mal de Mello Neto ("a educação pela pedra") e de meu 'guru' José Paulo Paes ("conciso..."). Encontrar a palavra que se encaixe melhor é sempre minha grande procura. E a vida é necessária (fico sempre temeroso com pessoas que cantavam aquele mantra hediondo: "não quero mais, não quero mais, quero mo...")!

Volto a insistir: venha sempre. Escreva muito. É para isso, enfim, que existe o Logomaquia.

Abraço, com muito "carrinho"!

Anônimo disse...

Adorei esta metáfora de vida... O mar, em sua imensidão... Quantas coisas nos faz pensar quando por ele estamos a singrar... Vidas que vêm, vidas que vão, como ondas a se quebrar...
Mar, ai este mar...

Fabrício César Franco disse...

Oi, Su!

Tanto já se escreveu sobre isso, não é? Vêm-me à mente Guimarães Rosa, com sua "terceira margem", que não falava de mar, mas de rio (ainda assim, bastante apropriado, pois que terceira margem é essa, senão a morte?); o próprio Pessoa, já citado nos comentários; Homero e seu Ulisses... Enfim, o mar foi de onde viemos. E é para lá que nos voltamos quando a saudade aperta...

Abraço!

Talita Prates disse...

Há que, há que!

Fabrício César Franco disse...

Poetisa,

... icemos âncora, então?

Anônimo disse...

Oi Fabrício,

em outras palavras é preciso deixar a terra firme, se lançar em corredeiras ou marés para ampliarmos o território.
Escolhas...ampliar ou permanecer.

Beijocas

Fabrício César Franco disse...

Van,

Encontrar a melhor decisão para essas duas escolhas é nosso maior desafio, não é?

Obrigado pela visita!

Baccio!

Nanda disse...

Verdade verdadeira; daquelas que muitas vezes a gente sabe e nem sempre aplica! =) Bom domingo!

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

Quero crer que, ao ler algo assim, meus leitores possam, ao menos, pensar em jogar o barco próprio ao mar.

Abraço!

Loridane Melchior disse...

Há de se perder de vista a margem e mudar a direção do olhar.

De nada adianta a mudança de janela, paisagem, ou se aventurar no mar, quando os olhos continuam atrelados ao mesmo porto.

Que aconchegante esse espaço. Não preciso dizer que voltarei sempre.

Um beijo

Fabrício César Franco disse...

Loridane,

... E seja muito bem-vinda! Obrigado pelo comentário, fique bem à vontade para fazê-lo outras vezes.

Beijo!

Fabrício César Franco disse...

Patrícia,

Depois de tanto tempo, reli seu comentário e vejo que lhe deixei no vácuo: perdoe-me. Que suas visitas por aqui não se façam tão espaçadas. Um abraço!

 
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