Dizer
"conte comigo"
sem
parecer fraco.
Dizer
"eu te amo"
sem sufocar.
Mostrar paixão,
não obsessão.
Antes
que a chuva edite
o que sobrou da noite,
deitar ao seu lado e dormir,
sem perturbar
seu ressoar de sétimo sono.
Ouvi-la,
como uma onda
que guarda na praia a natureza
do mar de que participa.
Não
pisotear a melancolia
que você
luxuriantemente
cuida como um jardim.
E
se absolutamente preciso,
deixá-la seguir, soltá-la,
sem parecer capitulação.
Escrito por
Fabrício César Franco
Assinar:
Postar comentários (Atom)
23 comentários:
querer que esse poema tivesse sido escrito, por aquele alguém especial, SÓ para mim! é querer demais ou egoísmo?
é que a lista me fez chorar. e isso é mais que admirar...
lindíssimo, Franco! sem mais.
beijo grande
Rafaela,
... A lista veio da aprendizagem de estar num relacionamento, sofrer e penar para - no enquanto - saber (ou constantemente tentar) amar alguém.
Obrigado pela visita e pelo elogio.
Beijo meu!
e eis o que nós - mortais apaixonados - vivemos a fazer, não é?!
diletíssima experiência a tua!
E há alternativa, afinal, para nós, Rafaela? ;)
Aqui, na caixa de comentários, a pergunta: o que vocé achou? Eu? Ah, eu achei lindo demais da conta, sô!
:) Saudade daqui!
Quase tudo o que fala de nós, tentando explicar o que sentimos ou como nos posicionamos perante e pelo mundo, esbarra no amor. O que é? Como se define? Qual seu espaço? Subjuga? A quem enaltece? Acaba?
Acho que definistes bem: amor é construção, nas pequenas grandes calmarias, principalmente.
Beijo,
Patricia.
Patrícia,
Estou aprendendo a usar esses tempos de calmaria para reforçar os elos, reatar os laços, recompensar-nos do carregar (às vezes) solitário da cruz da convivência. Tem sido uma boa aprendizagem...
Beijo!
Nossa que lindo !
você esta amando alguem hoje ? porque ao mesmo tempo parece tão solitário .
Parabéns !! Muito lindo .
Fernanda
Fernanda,
Estar com alguém não quer dizer que nos indisponibilizamos nossa solidão intrínseca. Estar com o outro é - cotidianamente - uma construção a quatro mãos.
Abraço!
Este é o ônus do bônus, que no caso é o amor. Quase li nas entrelinhas "amar é..."
Linda poesia escrita com a maestria que só você tem.
Bjuss
Suzana,
Você também se lembra daquelas tirinhas "amar é..."? Minha tia era uma fã devota, tinha várias no birô dela.
Sim, o ônus do bônus da vida, realmente. Mas sem ele, quase tudo - senão tudo - fica sem graça alguma.
Beijo!
AH! POETA!
Amar é VIVER!
" O difícil no amor é saber RENUNCIAR"...(sic!)
...................................
(Como sempre, li... reli..., encantada, seus versos: a construção do texto; a maneira como você traduz os "fatos", os sentimentos - ARTE POÉTICA!)
Grande abraço,
Andrea Marcondes
Andrea,
Fico todo prosa quando me dá, de presente, palavras tão motivadoras. Obrigado, mesmo, pelo elogio!
Abraço, com grande carinho!
Quisera a gente que o amor viesse de vez, sem a interferência potente das nossas histórias e manias desgastantes....
Mas Matheus, são justamente nossas histórias e manias que fazem do amor algo maior (e melhor) do que ele é. Dá-lhe sabor e norte, o diferencia do rompante inconsequente, da paixão momentânea. O que devemos pedir é discernimento para talhá-lo direito, sem quebrar a peça delicada de que é feito...
Abraço, e obrigado pela leitura generosa!
(para completeza da conversa aqui)
Isso, isso.... nossas histórias podem contribuir, mas podem também atrapalhar!!! Quisera que o amor sempre fosse maior que tudo isso, que viesse de vez, sem deixar espaço pra necessidade de talhar!
Qual seria, então, a graça disso tudo, Matheus? O amor, como um dado, caído do céu, não teria o valor que tem se assim fosse...
o amor é muito maior....
Mas depende de nós, Matheus. Sem os atores, não passa de palco vazio, um texto sem leitores, uma canção muda... Somos nós, com nossos problemas e fraquezas, nossas soluções e idiossincrasias, fantasias e ganhos, que trazemos ao amor o que dele achamos algo tão bom...
Que o amor seja assim então: nós. Sem esse conceito angustiante de perfeição....
Fabrício,
Sábias palavras, mas fiquei pensando no outro lado da relação... Como ouvir “eu te amo” com naturalidade? Ser sincero e calmo ao retribuir o amor? O ideal seria declarar como Drummond em suas Sem-razões do amor
“Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.”
Até mais
Matheus,
Como eu li, alhures: "perfeição não é meta, é mito".
(Obrigado pelo colóquio. É disso que mais gosto quando escrevo).
Obrigado pela poesia!! ;)
Raquel,
Como fico honrado com seu comentário, citando Drummond!
Obrigado pela leitura generosa!
Abraço!
Postar um comentário