quinta-feira, 23 de maio de 2013

Na margem de todas as coisas

)
De um título de Ricardo Corona
(

Detalho meus
passos em agendas,
na expectativa
de que aconteça
minha morte.
Cada momento é
uma antecedência,
uma espera que
se alonga e se substitui,
ao infinito. Mas não
desejo expirar. Antes:
quero colher
novamente o fruto
proibido do tempo,
reentrar no ventre
do possível e renascer
desobediente
das distinções
e das fronteiras.
Estar sem pegadas,
no desaviso
de existir.


16 comentários:

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Minha net caiu bem na hora do envio... -.-

Comentei algo sobre ter identificado, aqui, uma morte-em-vida nesse meu estar à margem de não saber viver...

Um beijo, poeta

Anônimo disse...

nos piores momentos, aqueles onde a terra é tão árida que fere nossos pés, é que brotamos o melhor de nós.

obrigada, poeta, pelo afago na alma!

Patricia.

Regina Bittencourt disse...

É sempre uma viagem à nossa essência quando lemos seus escritos! Este é mais um primoroso!
Abraços,
Regina.

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

... Em diversos dias, percebo esta morte-em-vida nos olhos e nos comportamentos de quem me rodeia. Questiono-me se também não ajo assim, desmorto, em minhas relações com os outros.

Um beijo, poetisa.

Fabrício César Franco disse...

Patrícia,

Bem sei o que é ter esse tipo de solo a palmilhar... Dá vontade de parar tudo e sentar-me à beira do caminho e ali ficar.

Beijo, caríssima!

Fabrício César Franco disse...

Regina,

Obrigado pelas palavras de alento. E que bom que há identificação com o que escrevo: essa é a minha busca, cotidiana - fazer-me lido, rente à experiência do leitor.

Abraço!

Anônimo disse...

Tomara que nos detalhes desta sua agenda esteja mesmo a vontade de colher e recolher o fruto da vida... Que ela não seja curta, mas longa o suficiente para que você encontre a felicidade tão desejada...
Bjuss

Fabrício César Franco disse...

Su,

Também espero encontrar essa felicidade, cada vez mais mirífica.

Beijos!

Anônimo disse...

Sim, caríssimo POETA,
A verdadeira tragédia de cada ser humano é a morte de seus sonhos, suas crenças, suas esperanças.
.....................................
Diante das angústias provocadas por nossos questionamentos existenciais ("escatológicos" / sic!), precisamos RENASCER!
Grande abraço,
Andrea Marcondes

Anônimo disse...

Não importa a ocasião , a gente sempre espera alguma coisa mesmo sem ter planejado , deve ser por isso que as vezes temos frustrações

Nanda

Fabrício César Franco disse...

Andrea,

... Ser fênix parece ser, atualmente, minha urgência. A obrigação de cumprir-me humano, produtivo, cidadão... Essa labareda cruel que nos queima a carne e nos expõe os ossos... Enfim, renascer das próprias cinzas.

Abraço, com carinho!

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

... Esperamos tanto que, muitas vezes, perdemos o dito "trem da história".

Beijo!

Raquel Sales disse...

Poeta,

renascer, recriar, reaprender, reinventar são alternativas pra aguentar a morte em vida que a rotina, vez ou outra, impõe a todos nós. Ainda bem que existem feriados pra deixar em branco algumas páginas da agenda... rsrsrsr

Bj (de Linhares/ES)

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Obrigado por tomar um tempinho de seu merecido descanso para dar uma passada por aqui.

Sim, agendas precisam de mais páginas em branco, para nos deixar livres para - tão simplesmente - ser: além das margens, aquém de qualquer compromisso senão ser.

Beijo!

Raquel Sales disse...

De nada... ler coisa boa tb é descanso...
bj

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Melhor ainda é saber de seu elogio. Venha descansar por aqui mais vezes!

Beijo!

 
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