domingo, 2 de junho de 2013

Lição

)
Para Umberto Eco
(

É                    mais                             prudente                   e
por                cautela                        mais                            sábio
não               falar                                                                   de mim
:                     ou                                 me                                louvo
o                    que                               é                                   vaidade
:                     ou                                 me                               desonro
o                    que                               é                                   estupidez
melhor        que                               os                                 outros
                      descubram                meus                           defeitos
que a            inveja                                                               possa
corroer         sem                            que eu                         sofra
muito                                                                                      dano

16 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

O silêncio é sempre mais prudente e sábio. Sobretudo quando nos silenciamos sobre nossas próprias virtudes e imperfeições.

Quem realiza não precisa, nem deve contar o que fez. Quem erra precisa e deve calar-se para corrigir-se.

Falemos pouco, amigo poeta! Beijo e obrigada pela reflexão.

Fabrício César Franco disse...

Poetisa,

Um comentário seu me alegra muitíssimo. Saber-me lido por seus olhos - como eu já disse, incisivos - é de uma alegria que se espraia. Fico mesmo muito grato!

Beijo!

Regina Bittencourt disse...

Não sou fã do silêncio. Muitas das vezes, o acho covarde. Prefiro sofrer as consequências e experimentá-las como forma de aprendizado e força para a luta da vida.
Adorei, como sempre, Fabrício!

Fabrício César Franco disse...

Regina,

Já fui mais fã do silêncio. Hoje, vejo que, contra ele, há bem poucos argumentos.

Obrigado pela visita! Volte sempre!

Anônimo disse...

o silêncio e o tempo são muitas vezes as melhores "respostas" para acalmar certas situações.

perfeito Fabricio , como sempre seus textos estão de ótima qualidade .

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

... Também acho. Mas foi na palavra que desfiz um nó, para que você voltasse a comentar por aqui.

Beijo!

Raquel Sales disse...

Fabrício,

Sempre corremos tais riscos... Bastante difícil posicionar-se adequadamente entre a soberba e a humildade... Ou será soberba da humildade??? Por vezes, somos arrogantes, fingindo humildes.


Obs.: gostei mto do texto


Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Penso exatamente como você, em ter esse medo da arrogância da humildade. Por isso, penso em me calar a respeito, e deixar que o dano (inevitável?) corroa minha imagem.

Obrigado pela visita!

Beijo!

Will Carvalho disse...

Pra alguém que sempre teve como característica o silêncio, eu sempre preferi me calar e ouvir. Sempre fui mais ouvido que boca e costumo sofrer represália por isso. Mas quanto a falar sobre nossas qualidades/defeitos. Acho que o importante é não exagerar, porque aí fica claro que é apenas uma tentativa de conseguir glória através de uma humildade descabida.
De qualquer forma, fico com o silêncio.

"Um Silêncio Cauto e Prudente é o Cofre da Sensatez"

Fabrício César Franco disse...

Will,

Ditados louvando o silêncio há, vários. E ainda é mais salutar tê-lo quando calamos de nós. Contudo, vezes há que precisamos mencionar quem somos, até mesmo porque, na balbúrdia do quotidiano, muito se perde de atenção (ou falta de).

Abraço!

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Encantaram-me, no poema, FUNDO e FORMA! Primorosa a sua ARTE na montagem do texto!
(A dedicatória a Umberto Eco lembrou-me que, de há muito (sic!),você se interessa pelo estudo da SEMIÓTICA.)
...................................
Aproveito para registrar uma citação:
"Certas coisas se sentem com o coração. Deixa falar o teu coração; interroga os rostos, não escutes as línguas."(Umberto Eco)
Grande abraço,
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea,

... Sua citação do mestre Eco foi simplesmente estupenda! Não poderia ter sido mais apropriada. Obrigado, não a conhecia, mas fiquei fã.

Grande abraço, com saudade!

Anônimo disse...

Sabe do que mais gosto na sua poesia? A desconstrução construída, a forma sem forma, a controvérsia tão coerente...
Bjuss

Fabrício César Franco disse...

Su,

Eu agradeço, de coração, os elogios, tão honrosos. Escrever poesia, para mim, é antes de tudo um exercício de forma, já que o conteúdo - muitas vezes - esplende dessa forma.

Beijo!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Franco,
Dia desses, estava pensando em escrever algo bem o oposto; justificando pq escrevo de mim e, em geral, até demais...
Aí vem vc e faz esse primor de poesia e ainda explica tudo!

Beijos

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Fico feliz em ter coadunado as ideias para encontrar com as suas, inaudita, sobre as causas do seu escrever. São essas consequências que me inspiram a escrita: buscar, do solitário e único, o universal e que toca o outro, de alguma maneira.

Beijo!

 
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