terça-feira, 16 de julho de 2013

Da velha história


Ocorre que estou cansado de ter medo.
Medo
que me deixa
em constante vigilância,
à espera de alguma palavra
ou gesto: uma agressão.
Ocorre também
que o amor sozinho
não sustenta,
não salva.
Mas me atenho ao amor,
ao que me resta dele.
Esse arrebatamento
de músculos e promessas.
Essas juras tolas.
Ocorre,
e isso parece resumir tudo,
que estou cansado demais,
mesmo para ser amado.


22 comentários:

Nanda disse...

Como diz minha mãe, sou uma 'balança quebrada'. Incrivelmente covarde em algumas situações, mas viro 'leoa', noutras... Gostei muito deste escrito.

Anônimo disse...

Meu poeta preferido,

Que o medo jamais nos engesse, que ele seja a nossa "mola", nossa razão de buscar algo novo, de querer fazer diferente.
O amor sozinho não vai salvar, mas sempre nos ajudará a encontrar o caminho mais leve.


Morena

Fabrício César Franco disse...

Nanda,

Somos uma descoberta contínua, enquanto estamos vivos. É isso que eu tenho aprendido, todos os dias. Coisas que antes não me definiam, hoje fazem parte de mim como se há muito o fizessem. E assim, vou (vamos) me (nos) adaptando as intempéries desse mundo...

Abraço!

Fabrício César Franco disse...

Morena,

É nessa busca de leveza que acordo todos os dias!

Obrigado pelo comentário, pela leitura generosa e pelo carinho!

Beijo!

Anônimo disse...

Oi Fabricio

Como é bom retornar às suas letras, sempre tão sensíveis e permeadas dos fortes sentimentos, que são a sua marca.

O amor não é tudo, mas faz com que tudo seja significante.

Abraços!

Fabrício César Franco disse...

Van,

A felicidade é minha de ter seus olhos gentis sobre meu texto. Que você possa vir aqui mais e mais vezes.

Abraços!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Poeta,
Tb andei pensando nisto - de o amor não salvar; não bastar.
Acho q o amor é mesmo inventado. E isso me dá medo...

Bjo

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Mas se for invenção, que saibamos ser bons autores e entreter quem nos lê. Façamos a estória vívida, os personagens marcantes, de tal forma que a leitura (vivência) seja recompensadora.

Beijo!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

É uma opção de exercício, meu caro...
Obrigada.

Bj

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Que saibamos fazer a opção mais adequada, a cada novo momento.

E de nada, sempre às ordens!

Beijo!

Takeshi disse...

Excelente, caríssimo. Você tá ficando cada vez melhor...

Fabrício César Franco disse...

Takeshi, meu caro!

Que bom ter sua leitura! E obrigado pelo elogio, fico muito honrado!

Abraço e volte sempre, a "casa" é sua!

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Apesar do MEDO, apesar do CANSAÇO, criaturas que somos, não temos como fugir das boas ou más experiências do AMOR...
CORAGEM! AME!
...................................
Drummond escreveu:
"Amar a nossa falta mesma de amor, e, na secura nossa, amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita".
...................................
Meu abraço, com admiração,
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea, caríssima!

Drummond fala tão melhor e tão mais contumaz do que jamais conseguirei. Mas tento, esse arremedo juvenil que me faz escrever mais e mais (ainda que sem tanto brilhantismo).

Obrigado pela leitura, como sempre, generosíssima.

Abraço terno e saudoso!

Raquel Sales disse...

Poeta,

Não se culpe. Nem Camões conseguiu exprimir o amor. Com todo respeito à sua obra, desista de entender as nuances desse sentimento... Como confiar em algo “que é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente”??? Rsrsrsrs... Só é possível sucumbir (e sobreviver) às suas travessuras... E que Deus nos proteja!!!

Bj

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Não consegui conter o riso quando li seu comentário. Contra as desventuras do sentimento, não existe melhor remédio do que o bom humor!

Beijo e que Deus nos proteja, quotidianamente!

Raquel Sales disse...

Fabrício,

Se até Zeus se via às voltas com as armadilhas do amor, o que será de nós, pobres mortais????
Que Deus (de qualquer credo ou religião) nos proteja...
Em tempo: fique à vontade pra gargalhar de minhas birutices... Rsrsrsrs...
Rir das próprias desventuras é o melhor remédio...

Bj


Ps.: Peço perdão aos seus leitores, pela postagem nada literária....


Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Suas tiradas é que são ótimas, ganhos para meus leitores. Não peça perdão, brinde-nos com mais!

Beijo!

Anônimo disse...

Ah este amor que não cansa de cansar, e cansa de não fazer amar, e ama de tanto cansar, e ama... sem cansar.

Fabrício César Franco disse...

Su,

... Cansa-se, mas obstina-se.

É a (nossa) vida.

Abraço e obrigado pela visita!

Simone disse...

Sou eu, cansada demais, mesmo para ser amada, Bjos adorei.
Simone.

Fabrício César Franco disse...

Simone,

... Bem-vinda ao clube dos cansados, mesmo para serem amados.

Beijo!

 
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