quarta-feira, 3 de junho de 2015

Flagrante delito


Mato o tempo; 
não se vê nem cicatriz.
Crime perfeito.


16 comentários:

Unknown disse...

Flagrante delito? Não é um crime perfeito.
Nunca quis matar o tempo, apenas fugir dele.

Fabrício César Franco disse...

Naiala,

Fugir é inútil. Resistir à passagem do tempo é futilidade. Mesmo a morte deste é nossa própria morte. Porém, brincar com a linguagem me dá a ilusão de que - por instantes - sou imune aos efeitos deletérios do tempo.

Beijo e obrigado pela visita!

Anônimo disse...


Poeta,

Você está cada dia melhor. A complexidade de mexer com o tempo descrita em tão poucas palavras. Adorei.

Beijos,

Indi

Fabrício César Franco disse...

Indi,

... Não sei precisar se estou "melhor". Mais atento ao que as palavras dizem, isso, certamente. Ao que podem significar, também. Mas não alcancei ainda o que almejo: o tanto exato que devem aparecer. Meu objetivo tem sido, sempre, "menos é mais". Fazer do silêncio entre/depois (d)elas um componente tão integrante do poema quanto as palavras que o compõem.

Obrigado pela visita e por me reacender a meta da minha escrita.

Beijo, com carinho!

Unknown disse...

Caso digno de Sherlock Holmes. Embora este 'crime' carregue seu peso consequente, em que, 'curtindo eu a vida, ela me curtirá'! Um abraço pensador.

Fabrício César Franco disse...

Olá, meu caro Fredson!

Sim, a curtida do tempo transforma nosso couro em papiro envelhecido. Melhor usufruir do momento, dando-nos o melhor de nós mesmos, para que o que ficar seja de monta e não remorso.

Um abraço e obrigado pela visita.

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Neste haikai, você não revela as armas que utiliza para matar o tempo: TRABALHO. PESQUISA. Às vezes, LAZER. Elas justificam o CRIME!
......................................................................
Considere-se ABSOLVIDO.
Grande abraço,
Andrea Marconde

Fabrício César Franco disse...

Andrea,

Vejo que conseguiu deduzir as "armas" utilizadas. Sim, construir um haikai é um trabalho de ourivesaria, quase. Cortar, lapidar, aparar...

Obrigado pela absolvição!

Abraço, com carinho!

Unknown disse...

Olá poeta,

nesse você acertou na mosca! Me fez pensar nas minhas próprias reflexões sobre o tempo, o qual, na sua impermanência e relatividade, é, ao mesmo tempo, tudo que temos. Não matamos o tempo, ele nos mata, mas ao mesmo tempo nos dá a vida! Contradições belas que nos constituem.

Mais uma vez, obrigada por nos presentear com sua poesia!
Beijo!
Tarciana.

Raquel Sales disse...

Poeta,

Seu plano é interessante... entretanto jamais consigo cometer crime tão perfeito... Sempre registro meus delitos em fotos...
Acabo produzindo provas contra mim mesma. Rsrsrsrs...

Abraço e boa semana

Fabrício César Franco disse...

Tarci,

Quem agradece sou eu: a visita ao blog, a leitura atenta, o comentário gentil. O tempo é tudo o que temos, ainda que estejamos, em última instância, em suas mãos.

Beijo e volte sempre!

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

... Mas é escusado ao réu não se delatar ou dar mostras do delito, nalguns casos em especial. Torna-se, ao contrário, prova de haver bem vivido.

Abraço!

Rafaela Figueiredo disse...

Será pq quem carrega as marcas é a alma...?
Ótimo poemeto, Franco!

bjo

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

O que tentei fazer foi um haiku, nos moldes tradicionais japoneses (cinco, sete e cinco sílabas). A brevidade é essência.

Obrigado pela visita. Beijo, com meu carinho.

Anônimo disse...

Alguns matam o tempo dormindo, outros "curtindo". Você mata o tempo com maestria e perfeitamente criando... palavras, imagens, poesia.

Fabrício César Franco disse...

Oi, Suzana!

Obrigado pelo elogio. Não acho que seja assim tão bem usufruído como diz, mas eu tento usar meu tempo de maneira mais criativa. Acredito que você também!

Abraço e grato pela visita!

 
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