segunda-feira, 20 de abril de 2020

Meio fôlego


)
do Diário do Confinamento
(


Nuvens difusas alinhavadas no azul,  
o dia propondo suas tramas:
a temporária diluição da angústia,
a brandura em miligramas.

Um vestígio de sossego
na precariedade que me habita.
O medo ainda avinagra a alma,
mas a respiração não está aflita.

Ouso até crer que é possível
suportar esse pranto que não vaza,
ignorando a coação para sair,
não desistindo de me aguentar em casa.

Diante das minhas certezas precárias,
o silêncio honra minhas perguntas com as dele:
o que será daqui para frente?
Melhor esse sentido? Ou aquele?

2 comentários:

Rafaela Figueiredo disse...

Ah, o silêncio... Sempre falando aos q lhes têm ouvidos.

Fabrício César Franco disse...

Poetisa,

... Mas nem sempre ele é inteligível...

Grato pela leitura e pelo comentário!

 
;