Eu sou o punhal e a ferida,
eu sou o sopro e o gesto,
suspeitados no imprevisto
de um cálculo de probabilidades.
No fio da navalha
entre o orgasmo e as lágrimas.
Estou compartimentado
nos sete fôlegos do espelho,
nos milímetros do rosto,
no silêncio
transbordado por instantes,
alinhando a palavra
na álgebra do momento.
Desmorono, permaneço,
edifico e me desfaço.
Gigoloteando frases alheias:
“yo sólo quiero que me lleves”.
Escrito por
Fabrício César Franco
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12 comentários:
Diante do poder tangente que observei nesse poema, jamais encontraria melhor título, Franco!
Maravilhoso. Que falta sinto daqui...
Beijos
Rafaela,
Obrigado pela visita. Já sentia saudades de seus comentários, de sua leitura.
Um beijo!
Desmorone, mas reconstrua-se
Desfaça-se e refaça-se
Esfrie, aqueça, viva!
Gigoloteie tantas frases quanto forem necessárias até que você renasça...
Bjuss
Suzana,
A ideia de fênix, que você me suscita, é um bom tema até para um novo poema. Muito obrigado!
Obrigado, também, pela cordial visita!
Beijo!
Es os dois lados, somos todos os dois lados. Ótimo poema, parabéns
Olá, Dea!
Seja bem-vinda por aqui. Que bom que encontrou ressonância com o que escrevi; sim, somos todos vários lados, facetas que se mostram à medida que nos revelamos aos outros.
Agradeço o elogio e convido-lhe para perambular por aqui mais vezes!
A complexidade do SER...
Os benefícios e estragos que o amor pode causar...
É preciso saber gerenciá-los!
...................................Neste "october fifteen"(sic!) receba meu abraço e minha admiração, PROFESSOR-POETA!
Andrea Marcondes
Andrea,
Receba, você também, meu abraço de admiração pelo ofício de ser, antes de tudo, mestra.
Obrigado pela leitura generosa!
Bravo!
Beijo, Fabrício.
Poetisa,
Que honra, você por aqui. Muito obrigado pelo comentário, pela visita.
Um beijo, com carinho!
Fabrício,
Texto instigante. As contradições/inquietações às quais se referiu me fizeram lembrar uma canção do Lenine (de quem gosto muito).
"O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da"
Inté. bjs
Raquel,
Sinto-me honrado pela ligação que fez com Lenine. Talvez se deva, tão somente, à frase em espanhol que eu cito, mas, assim mesmo, fico contente em saber que você encontra ecos de gente talentosa no que eu escrevo. Sinto-me como que compartilhando o predicado.
Beijo, com carinho!
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