Sigo um certo rastro de vida
que não me leva a lugar algum.
Aceito relações feitas de acaso
e circunstâncias: onde
acontece estar meu corpo.
Na verdade,
vivo para buscar
a parte rebelde de mim,
que descansa no sem fôlego
de uma noite sozinha,
vazia,
amarga de insônia.
“O meu ofício é ter alma”.
Mas ainda me desconheço:
entre o que sou e eu
existe um hiato,
virgem como uma dançarina
sem coreografia.
Escrito por
Fabrício César Franco
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18 comentários:
Fabrício que perfeito!
Esse hiato, subverte horizontes.
Beijos.
Oi, Fernanda!
Obrigado pela visita e comentário. Nesse hiato, eu me erigi durante esses vários anos e, confesso, ainda há bastante espaço para poder dizer que ainda me falta muito para completá-lo.
Beijo!
Seu ofício é ter alma sim... Da alma partem as palavras. As palavras criam beleza e a beleza é uma verdade que depende de um olhar. Nunca haveremos de nos conhecer por completo, porque dentro de nós há uma legião de todos os nossos "eus".
Bjussss
Suzana,
Isso não nos impede de continuar tentando tal encontro, não é?
(Muito provavelmente, aliás, é isso que nos motiva a escrever, as palavras servindo como guias para que os "eus" possam se encontrar).
Abraço!
Maravilha! Como sempre um gênio da sensibilidade! A alma navega em mares calmos à procura de um eu! Sem necessidade, mas com vontade! Parabéns!
Regina,
Muitíssimo obrigado pelo comentário. Para alguém, como eu, que mantém um blog, essa é a melhor paga.
E sim, alma é nau, "embriagada ao mar" da vida.
Abraço!
Caro POETA,
Leio você e constato: provocar a inquietação é a forma que a poesia tem para mostrar a CONDIÇÃO HUMANA. Aí está o caráter do fazer poético:
despertar a consciência!
Continue seu OFÍCIO!
E sempre permita que nós, leitores,
aproveitemos sua ARTE. E que, na sua BUSCA nos identifiquemos. Afinal, na VIDA, sempre há momentos de sérias interrogações...
Grande abraço,
Andrea Marcondes
Andrea,
Quando comecei a escrever, não pensava que a labuta poética seria de tal monta. Era, tão somente, uma forma de desabafo; ou melhor dizendo, de apaziguamento das palavras que se coiceavam no meu peito. Hoje, um quarto de século nessa senda (sina?), sei que o ofício é mesmo esse: fustigar a complacência.
Abraço, com carinho!
Nobre amigo... seu poema Sudário, é exemplo forte do Fernando Pessoa que há em você. Parabéns!!! Magnífico poema.
Ahhh, a eterna busca. certa vez, num outro post, comentei e acho que vale o 'bis': o melhor da jornada é o caminho. Inté, ótimo final de semana!!!
Válter,
Que coisa boa, ter seu comentário por aqui!
Tive a grande honra de ter esse poema premiado, há 25 anos, durante meu tempo de estudante da UFMG. Estranhamente (ou nem tanto), ele é ainda bastante atual (continuo o mesmo).
Abraço!
Nanda,
Sua frase não poderia ser mais verdadeira. Enquanto houver caminhante, haverá estrada.
Inté!
Franco,
ainda mais que na profundidade do tema (existencial-essencial), tuas palavras passeiam na imensidão poética, pela qual sou conduzida com um misto de sensações e articulações: sorriso (deleite), cenho franzido (pensando na verdade comum q há ali) e, novamente, sorriso (gratidão pela leitura ofertada).
Lindo simplesmente!
Beijo
Rafaela,
De mim, seu comentário só obteve um largo sorriso de contentamento por saber que meu escrito, já com um quarto de século, encontrou eco em sua leitura. Muito obrigado pelo carinho!
Um beijo!
Fabrício,
Ainda bem que não li antes... Estava sofrendo de todos os sintomas que vc descreveu. Poderia agravar mto meu quadro clínico... Rsrsrsrsr
Já estou razoavelmente imunizada.
Bj
Em tempo: belo texto, como de costume.
Raquel,
Infelizmente não há como me imunizar daquilo que mais sou, do que me (in)define.
Obrigado pela visita ao Logomaquia!
Beijo!
Fabrício você escreve muito lindo!
ADOREI MAIS AINDA A PARTE QUE VOCÊ DIZ:
"O meu oficio é ter alma"
Abração Fabrício
Lyu somah
http://lyusomah.blogspot.com.br/
Lyu,
Fico muito grato por sua apreciação do que escrevo.
Abraço!
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