A batida do relógio parcela meu dia.
Preencho minha melancolia
com rituais de sobrevivência.
Esqueço-me nessa inadvertência
até meu próprio nome
não fazer mais sentido.
Não sinto frio, nem fome,
nada me vem ao ouvido.
Quase acontecimentos
que se acumulam,
regalos e descontentamentos
que se anulam.
Escrito por
Fabrício César Franco
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10 comentários:
Que perigo, não?
Deixar-se levar nessa 'inadvertência'?
Particularmente, gosto dos rituais de sobrevivência.
Ao repeti-los fora de ordem, quase sem critério,
consigo ver graça nas horas...
Abração,
Doce de lira
Poetisa,
Estou buscando essa 'joie de vivre' no bagunçar dos rituais, ainda que nem sempre consiga achá-los. Verdade seja dita, muitos dias se me apresentam como fardo. Mas, caindo no clichê, "cada um carrega a cruz que merece", não é mesmo?
Abraço e obrigado pela visita!
Caríssimo POETA,
AI! a angústia do existir...
...................................Li no facebook o que você escreveu sobre este poema: "Da rotina pesada e, POR VEZES, APARENTEMENTE, SEM SAÍDA."
Ainda bem, que, "vezenquando", experimentamos ESPERANÇA...
(E exercito o VIVER da maneira como, certa vez, li em seu haikai "BULA".)
Grande abraço,
Andrea Marcondes
Andrea,
... Época final de preparação para um teste profissional, fim de ano, alunos sem tanta vontade de estudar, salários não condizentes, custo de vida alto, políticos que nos roubam às escâncaras... Se eu listo todos os achaques, verá onde jaz o peso desta rotina. Mas sim, você também tem razão, ao sublinhar o "vezenquando". Toquemos em frente...
Abraço, com carinho!
Poeta,
Nunca pensara em melancolia como estado de coma; achei mto pertinente.
E concordo com a Rê, no q tange a essa necessidade de ver graça (em mais de um sentido) nas intempéries anímicas, das quais e pelas quais sobrevivemos.
Um bjo grande
Caríssima poetisa Rafaela,
... Acho que por serem pessoas de sensibilidade mais elevada, você e Renata têm a mesma opinião. Devem estar certas. Eu ando um pouco aquém dessa interpretação: cansaço, muito provavelmente. Mas passarei a me esforçar para ver o que estão vendo. Quem sabe assim, tudo não se torna mais leve e eu absorvo a sensibilidade inata de vocês duas?
Beijo!
Poeta,
Em noite de domingo, o coma se intensifica. Preciso de aparelhos que me mantenham viva... Iniciar a semana significa ressuscitar ou morrer de vez??? Nunca sei...
Boa semana. Bj
Raquel,
Prefiro confiar na ideia de fênix, de renascer das cinzas. Senão, a segunda se alarga, mórbida.
Boa semana!
E assim é a vida, num vai e vem de rituais, como o tiquetaquear de um relógio... que não para.
Bjusss
Su,
Bem que sei. Mas também acho que esse tiquetaquear poderia ser mais divertido ou motivante, em alguns dias.
Beijo!
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