domingo, 3 de agosto de 2014

Ao rés do chão


O que me resta é tristeza,
adensada pelos cantos.
Um amargor de certeza
de ainda haver mais espantos.
Meus sorrisos e prantos
somam uma só estranheza –
não são demônios, nem santos:
sou eu, em minha inteireza.


16 comentários:

Raquel Sales disse...

Poeta,

Pra ser com inteireza é preciso coragem-medo, com toque de amargor-doçura. Uma inteireza de quem compreende que a vida é dualidade... ou, na visão do doutor Rosa...

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim, esquenta e esfria, aperta e depois afrouxa e depois desinqueta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer ver é a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre e amar, no meio da alegria. E ainda mais alegre no meio da tristeza. Todo caminho da gente é resvaloso, mas cair não prejudica demais. A gente levanta, a gente sobe, a gente volta."
(Guimarães Rosa)

Que haja mais dias brandos...

Bj

P.s.: Já estava me sentindo órfã de poesia... Não demore tanto a postar suas pérolas.

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

O trecho do doutor Rosa é primoroso. Adoro quando ele 'inventa' palavras, rearranjando sentidos. Quisera eu... rs rs rs

No mais, publico pouco porque o Logomaquia já está cheio, tem uma história, e quero possibilitar aos escritos antigos a mesma atenção que é dada aos novos. Reler é, quiçá, descobrir coisas apenas mal/superficialmente percebidas. Há tanta coisa ainda por comentar por aqui...

De todo modo, muito obrigado pela visita e, já sabe, volte sempre!

Beijo!

Raquel Sales disse...

Poeta,

Vou me lembrar da sua sugestão: vasculhar, a partir da primeira página...

Em tempo: quando vier a Minas, reserve um tempo para o Circuito Praça da Liberdade...
m especial, para o Memorial Minas... Há uma sala especial pro Doutor Rosa, outra pro Poeta Itabirano e outras tantas que dizem muuuuiiito de nossas mineirices. Um primor...

bj
boa semana...

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Fique muito à vontade para vasculhar (e comentar!) o que quiser. A casa é nossa!

Quanto à visita ao Memorial, assim que as condições econômicas permitirem, vou sim. Há muito tempo que quero descer o mapa, só esse governo petista que me impede.

Um beijo e boa semana!

Suzana Martins disse...

Fabrício, como fiquei feliz com a sua atualização. Seus versos deixam saudades!!

Hoje você rasgou a alma e deixou jorrar versos de sua 'inteireza'.

Fiquei completamente sem palavras, sem ar. Apenas deixei seus versos serem absorvidos pela minha derme!!

Lindo demais!!

Abraços

Fabrício César Franco disse...

Suzana,

... Obrigado pela visita e comentários. Em verdade, ao ler o que escreveu, senti-me meio que fazendo um strip-tease (mas que poeta não o faz, de algum modo?).

Não há, definitivamente, espaço para pruridos por aqui (risos).

E se eu demoro em atualizar é porque pretendo que os escritos antigos sejam lidos (ou relidos) e comentados também. A sanha "novidadeira" é maligna, destrói a memória, indispõe o leitor a conhecer o "conjunto da obra". Tome o seu tempo e se imiscua pelos meandros do Logomaquia, é minha convidada.

Abraço, com meu muito obrigado pelo elogio.

Anônimo disse...

Caríssimo POETA,
Sempre que analisamos a VIDA, as dores se agigantam.
Mas..."É preciso saber viver!"
A vida nos solicita o passo, o caminhar, no aqui e agora; e seguir o impulso de de ir e deixar fluir.
..................................
Ando exercitando o que escreveu Oswaldo A. Begiato:
Que eu faça de mim uma pessoa serena, dentro de minhas próprias turbulências.
Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo.
Que eu não tenha medo de meus medos.
................................
Grande abraço,
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Andrea, caríssima:

Belíssimas palavras de Oswaldo Begiato, não as conhecia. Mas vou incorporá-las ao meu 'vernáculo' quotidiano. Muitíssimo obrigado!!!

Abraço, terno e longo!

Suzana Martins disse...

Fabrício, muito obrigada pelo delicioso convite! ;)

Já desfilei pelas suas palavras e viajei em seus versos. Gostei demais de ter conhecido palavras que se encaixam nos meus dias!!

Sobre o strip-tease, escrever é meio que despir a alma. rs. É ficar nu dos sentimentos que vestem o papel!! Também me sinto assim!! rsrs...

beijoss!!^^

Fabrício César Franco disse...

Suzana,

Fico feliz que meu convite tenha sido aceito.

Deixe suas pegadas por onde passou, assim posso 'dialogar' com você. É a melhor coisa de se ter um espaço nesse mar (revolto) virtual. Abrir um istmo às penínsulas alheias...

Obrigado, novamente, pelo comentário.

Um beijo!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

de tantos fragmentos q nos compõem, conservar o todo, meu caro, aquém ou além da melancolia, é apanágio dos ímpares.

um beijo, poeta

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Que bom ter seus olhos sobre meu texto; é reconfortante saber que sou lido por você. Obrigado!

Um beijo!!

Anônimo disse...

Senti saudades de seus versos de tanta personalidade, sujeitos a interpretações tão distintas. Este é muito tocante.
Bjuss

Fabrício César Franco disse...

Olá, Su!

Bem-vinda de volta ao Logomaquia. Bom ter sua leitura e seu comentário por aqui.

Beijo!

JB disse...

Deduziu e seduziu. Sendo lido e admirado. ;)

Fabrício César Franco disse...

JB,

Obrigado pela visita! Que haja mais leituras (e comentários) vindos de você por aqui.

Um abraço!

 
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