sexta-feira, 7 de julho de 2017

Coroa de espinhos



Sei que esta felicidade é provisória.
Receio uma tormenta,
um pequeno apocalipse.
Os nervos retesados
como arcos de violino,
alarmes prontos a soar.
O pessimismo é um mal de família.
Não acreditamos em arrebatamento
que dure mais do que cinco minutos.
Sempre um preço caro demais a pagar,
um problema insignificante
que se revela catastrófico,
uma cláusula não lida
que nos constrange
a anos de preocupação.
Há um quê de pessimismo exacerbado,
confesso, mas obstinadamente comprovado 

vezes sem conta.

2 comentários:

Rafaela Figueiredo disse...

Que intensidade, Franco! Lindas imagens!
Sentimentos afins...Em tempos de crise, sobretudo, digo-me estoica até as cutículas.

Bjs, poeta

Fabrício César Franco disse...

Rafaela, poetisa,

...Em tempos de crise, não há como ser diferente.

Beijo!

 
;