quinta-feira, 29 de março de 2012

Talhe


São dois
os gumes e uma
só ferida

: mesma lâmina.

22 comentários:

Will Carvalho disse...

sou fã dos teus "poemas pilulas", como diria O. Andrade.

Fabrício César Franco disse...

Will,

Sou apaixonado pela concisão. Não é algo que eu obtenha tão facilmente, mas quando consigo, fico imensamente feliz. Obrigado pela visita!

Abraço!

Anônimo disse...

E o mestre dos haikais se foi ,mas ,fez escola!
Conta gotas de inteligência. Bacana!

Fabrício César Franco disse...

Olá, Anônimo!

Obrigado pelo elogio. Fiquei curioso agora, quem é você? Da próxima, identifique-se, não se acanhe... :)

Anônimo disse...

Será que apenas dois gumes são responsáveis por uma só ferida? Ou será que uma ferida só existe por causa de dois gumes? Adorei a pílula.
Bjusss

Fabrício César Franco disse...

Su,

Talvez não responsáveis, mas co-participantes (um age, o outro observa o corte). A ferida se abre, fica o talhe, a cicatriz. Marcas de quantas batalhas nos adentramos pela vida.

Beijo!

Anônimo disse...

Oi Fabrício,

dois gumes provocando única ferida é quando a lâmina entra toda na carne.

Isto doeu. Li com dor.

Uma gota que virou mar vermelho. Tingiu minha lembrança.

Beijo

Fabrício César Franco disse...

Van,

A lembrança é compartilhada. Não conheço ninguém que não tenha sido ferido, vez ou outra, pela lâmina. Somos todos (en)talhados por ela.

Beijo!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

e, na [pro]cura, quantas vezes a mesma ferida se [re]talha quando a gente se faz lâmina, né?

beijo, caro

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

A gente se esquece do(s) nosso(s) gume(s) e normalmente não pensa o quanto estamos presentes nas cicatrizes alheias. Se observarmos bem, veremos nossa marca, ainda que seja sem querer, em várias vidas. Talhes e entalhes de nós, no contrapelo de outrem.

Beijo, minha cara!

carla disse...

E tem vezes que a ferida fica marcada não só na carne como na alma e aí é uma dor enorme que não desaparece nunca!

Deixo um beijo e bom fim de semana!

Carla Granja

http://paixoeseencantos.blogs.sapo.pt

Fabrício César Franco disse...

Carla,

Fica-nos, tão somente, as cicatrizes, como medalhas que ostentamos: "eis aqui a nossa dor, entalhada em carne e sonho".

Beijo!

Raquel Sales disse...

Fabrício,

Se a ferida é inevitável, sutura nela. Estancado o sangue que insiste em esvair, ficará a cicatriz. Por vezes imperceptível como numa plática; noutras, repleta de queloides.

Lembrei-me de uma outra pérola...
"Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas." (Lygia Fagundes Telles)

Bom fim de semana.

Fabrício César Franco disse...

Raquel,

Lygia Fagundes Telles não poderia ter dito melhor. Como é bom ler os mestres, não é?

Abraço!

Thaís Livramento disse...

Cheguei, me aconcheguei e já permaneço!
Beijocas!!!

http://sinaisdemimtl.blogspot.com.br/

Fabrício César Franco disse...

Thaís,

Seja muito bem-vinda. Volte sempre!

Abraço!

Anônimo disse...

A beleza, a profundidade e a síntese de seus epigramas "ferem" minha alma, POETA!
Grande abraço, com APLAUSOS!
Andrea Marcondes

Fabrício César Franco disse...

Caríssima Andrea,

Que o ferimento não seja dolorido. De dores, já bastam as que a vida - inadvertidamente - nos dá.

Abraço, com carinho imenso!

Anônimo disse...

Sem palavras, não sei o que dizer pela primeira vez aqui. Se bem que existem coisas que não carecem de nenhum complemento. Como é, belo está!

Gostei muito.

Patricia.

Fabrício César Franco disse...

Patrícia,

... Os comentários não existem para serem complementos, a priori. São um diálogo com quem me lê, uma aposta numa perspectiva diferente de leitura, alcances que não almejei quando escrevendo. É bom ver o(s) outro(s) lado(s), sempre é algo a aprender.

Beijo!

Anônimo disse...

Achei tão perfeito que nada pude dizer.

Patricia.

Fabrício César Franco disse...

Patrícia,

Mas disse, a seu modo. É o que vale. Sempre.

 
;