No que recuso o amor verbal,
desvalorizado
pelo excesso de aplicações ridículas:
pretendo,
simplesmente,
o aconchego das palavras
sem ciladas de sentido.
E no que evito a paixão
feita extorsão,
que chantageia cada palmo de atenção
com beijos como que ultimatos:
reclamo uma única noite
marcada na pele.
Assim subverto a vida.
Assim amo.
16 comentários:
E o que é a vida de verdade, se não subversão?
Beijos!
Ariana,
Você acertou o ponto nevrálgico: é vida, de verdade!
Beijo!
Fabrício,
Infelizmente, as palavras promovem "ciladas de sentido" e, portanto, ciladas de amor... E a gente passa a vida fugindo/caindo/morrendo/ressurgindonestas ciladas... E é feliz (ou masoquista?) assim...
Inté
Raquel,
Mas ainda insisto nessa busca, pois sei que é possível encontrar relações assim, mesmo que momentâneas, ou, até melhor, que acontecem numa sucessão de momentos bons.
Obrigado pela visita!
Abraço!
O que torna amar táo difícil, é que ele é apenas amar. Estamos tomados por explicações projeções e interesses. O amor não aceita isso.
salpage.blogspot.com.br
Diego,
Concordo. Contudo (há sempre um 'contudo' nessa vida), somos seres matizados de palavras. Sem elas, perdemos nossa condição - tão premente - de seres comunicantes. E amor, sem comunicação, é apenas um fraquíssimo olor de afeto.
Abraço!
Amor...
Há um elemento que atravessa seus poemas, sempre que "tratam" deste tema: é a inquietação que o amor traz.
(Assim fizeram e fazem os bons POETAS!)
Veja:
"O amor atinge raso,
e fere tanto.
Nu a nu,
fome a fome,
não confiscamos nada
e nos vertemos".
("Ciclo", de Carlos Drummond de Andrade)
...................................
Abraço, com admiração,
Andrea Marcondes
Andrea,
Comparar-me a Drummond. Quanta honra! Sei que não sou nem páreo, mas fico muito contente em saber que meus escritos podem suscitar lembranças de algo que ele escreveu. Muito obrigado!
Abraço, com muito carinho!
sou super a favor do amor como expressão [não-verbal].
mas são muito bem-ditos teus versos para falar disso!
um beijo, caro
Rafaela,
Vezes há que sentir prescinde de palavras. É ser, apenas.
Beijo, minha cara!
Não sei se temos controle quando a paixão chega igual caminhão desgovernado. Acho que apenas vamos. Indo, somos. E se voltamos é sempre sem querer. Ela, a dona da situação, que me subverte.
Beijo.
Patricia.
Patrícia,
Tem toda razão. Contudo (sempre há um contudo!), por isso que meu poema é esse manifesto, essa 'vontade-de-ser' antes que o seja. Há de ser diferente, em algum tempo. Afinal, para que servem os manifestos e as vontades?
Beijo e obrigado pela visita.
Vejo grande valor tanto no amor falado quanto no amor sentido (se é que o falado não tem o sentido contigo nele). Na dúvida, sigamos fingindo que é dor a dor que deveras sentimos. E viva o Pessoa
Will,
Que ambos (o amor falado e o vivido) sejam constantes nessa nossa vida inconstante.
E - sempre - que haja poesia!
Abraço!
Versos ricos, carregados de vida... subversão? Sim, sempre... rs
Bjusss
Suzana,
Que bom que pôde passar por aqui, novamente. Poesia = subversão, sempre!
Beijo!
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